sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Opinião: Pokémon Go

Apesar de eu gostar de falar sobre competitivo e, Pokémon Go sequer abrir brecha para isso existir, pelo menos nessa data, não há como ignorar o sucesso que o jogo está fazendo. Desse modo eu acabei jogando e consequentemente formando minha opinião sobre o jogo, a qual gostaria de expor nesse post.

Pokémon Go foi anunciado com o slogan "Capture Pokémons na Vida Real", com um vídeo de promoção que mostrava pessoas em locais extremamente bonitos, capturando os monstrinhos e ao fim, várias pessoas faziam um esforço coletivo para capturar o Mewtwo, que aparecera em um grande centro urbano, mobilizando dezenas, talvez milhares de pessoas. Por incrível que possa parecer, o vídeo não foi exagerado, realmente em algumas vezes, há videos no YouTube que mostram isso, pudemos ver algum Pokémon raro surgir e, pessoas pararem carros, saírem correndo e gritando por aquele pokémon, o que obviamente nos remetera a esse vídeo.

Tudo começou muito legal, a principio a ideia de capturar pokémons motiva bastante, até mesmo no RPG, porém ela cansa depois de um tempo. Junte isso ao fato de Pokémon Go ter apenas a primeira geração e você terá um jogo sem muitos desafios. A raridade de certos pokémons é questionável e, como todo jogo Free to Play, ter dinheiro pode resolver muitas coisas. Usar as moedas para comprar incubadoras farão com que você conclua a Pokedex rápido, bem rápido. Obviamente que você precisa andar, mas tudo bem, um esforço rapidamente premiado.

Se virando um pouco para algo que não pode ser ignorado quando se fala de Pokémon, as batalhas, o que temos até o momento é lamentável. O esquema de ginásios tem uma ideia interessantíssima, a de reforça-los com colegas de time, para aumentar o nível do ginásio e poder defendê-lo. Aqui entra o primeiro grande choque entre o que a Nintendo provavelmente irá permitir para Pokémon Go. Ela não quer um jogo que seja concorrente direto daquilo que ela venda, da sua fonte de lucro, ainda mais ante aumento de vendas dos jogos e de hardware nos principais mercados que a Nintendo atua.

O dito agora me leva ao dia de hoje e minha opinião atual sobre o jogo. Ele é muito divertido no começo, te motiva a conquistar uma série de coisas, porém começam a aparecer fatores que ao empilharmos teremos o seguinte:

- Os Pokémons tem IV, o que exige que joguemos muito para conseguir bons bichos;
- A melhor forma de se conseguir bons pokémons é chocando ovos, o que exige uma quantidade absurda de horas jogadas, caminhando, ou uma quantidade absurda de horas jogadas, ainda caminhando, porém gastando dinheiro de verdade para chocar mais ovos de uma vez;
- O sistema de batalhas é desastroso, não há o minimo de estratégia, apenas há uma pequena gama de pokémons de elite, onde, tendo esses bichinhos no seu time, basta organizá-los para ganhar de qualquer ginásio. E não há o que se fazer.
- Não conseguir ser tão efetivo na defesa de ginásio nos leva ao questionamento do "por que jogar tanto" já que você não tem ação direta na defesa.
- Completar a Dex não é a coisa mais desafiadora do mundo, apenas exige o já dito excesso de tempo gasto.

Tendo isso em mente, concluo que Pokémon Go não decidiu se será casual ou mais hardcore, desse modo fica complicado perder tempo com ele, pelo menos na minha opinião. Não haver brechas para criação de estratégia e ter muitos elementos de sorte envolvidos não é algo exatamente ruim, mas é frustrante para pessoas que levam jogos mais a sério.



Enfim, essa é a opinião de alguém que praticamente abandonou o jogo no level 22, com pokémons decentes, porém que percebeu que, tantas horas gastas com esse jogo, não darão a vantagem que se imagina. Corroboro com o fato de que, mesmo tendo level bem inferior a muito ginásio que enfrentei, eu os dominava sem maiores problemas, apenas por conhecer fraquezas e resistências, o que fazia a diferença causada pelo CP praticamente desaparecer.

É isso pessoal, essa é uma opinião exclusivamente minha, que, pouco tempo depois do lançamento do jogo decidiu abandoná-lo por não ver muito no horizonte, inclusive com as noticiais das atualizações. Há publico para que Pokémon Go continue um sucesso, porém acho improvável que pessoas como eu, que amam o RPG e amam o competitivo se animem muito com o que sairá de Pokémon Go.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Análise: Mundial de 2016

Olá pessoal, tudo bem? Faz tempo que não escrevo aqui, porém achei que seria muito legal comentar sobre o mundial de 2016, daí pensei que isso geraria um arquivo enorme para se ler e preferi comentar sobre a final, apenas.

Muitos já devem ter visto o resultado e eu devo dizer que eu gostei demais do jogo final. Eu realmente tenho que tirar o chapéu para o Wolfe. Em muitas situações anteriores, a impressão que ficava ao ver esse jogos importantes era de que o vice campeão errava muito na final, dando brecha para que o vencedor atingisse o resultado nos erros dele. Dessa vez eu não enxerguei dessa forma, mas sim, vi uma estratégia sólida e bem corajosa.

Antes de seguirmos, é legal eu comentar, a principio o que ele usava, mais para frente, nesse post eu explicaria como ele usava:

Kyogre;
Hitmontop;
Gengar;
Raichu;
Bronzong;
Rayquaza.

Durante os regionais e até mesmo jogando no modo de batalhas aleatórias, ou ainda acompanhando os campeonatos Premier e regionais, o Groudon dominava os times. Não é pra menos, já sabemos o quão forte ele é, porém a evolução do formato, onde dois desses pokémons normalmente proibidos são liberados, nos ensinaram a lidar com o que era muito popular lá em janeiro de 2016, portanto nada de Smeargle+Talonflame, nada de Xerneas, esse coitado, já caiu drasticamente de popularidade. O que Wolfe pensou foi algo extremamente efetivo, pelo menos na final. Antes de mais nada, para quem ainda não viu, aqui está o video da final:

https://www.youtube.com/watch?v=pvSkLthZBa0

O trunfo do jogo do Wolfe era algo extremamente interessante e inovador, pelo que se via até então. Ele usava o item renegado Ejject Button no Hitmontop, para poder aproveitar ao máximo duas características desse bichinho: o acesso a Intimidate, o que entrava com a função de deixar o lider com o Groudon menos complicado e o Fake Out. Engenhoso, porém de funcionamento simples, ele entrava com intimidate, caso não fosse atingido por algum golpe ele poderia utilizar Fake Out no turno seguinte e então, ao ser atingido, o que normalmente acontecia, ele seria automaticamente trocado.

A troca do Hitmontop, forçada pelo item era extremamente bem vinda, pois Wolfe conseguia controlar o clima, a chave do modo VGC em 2016. Com Kyogre e Rayquaza no time, em certos momentos ele conseguia impedir que Groudon usasse seus golpes de fogo, voltando com Kyogre, ou ainda anulasse os efeitos, com Rayquaza, tudo de forma muito inteligente. A estratégia é bem efetivo, porém eu fiquei particularmente admirado com a capacidade de realizar as trocas no tempo exato, daí entrou outro dos bichinhos dele, o Raichu.

O Raichu de Wolf tinha a ability Lightning Rod e entrava sempre com duas funções, a primeira de proteger o Kyogre de Thunders ou Thunderbolts, o que além de anular o dano, fazia com que o Raichu ficasse mais forte. Completavam o uso do Raichu o Volt Switch, para permanecer com o bom controle de campo, Endeavor para surpreender algum Pokémon com um overall defensivo maior, o que torna o jeito de jogar com um Raichu machucado em campo mais delicado para o oponente, e o Fake Out.

Tudo isso descrito até agora é efetivo e a chave do trunfo dessa estratégia. Sobre o uso dos dois grandões do time, Kyogre não tem muito segredo. Abusando da chuva para poder desferir golpes aquáticos muito poderosos, Kyogre tinha a já citada função de ajudar no controle do clima e ao dominá-lo, assustar o oponente com seu poder destrutivo. Todos esses elementos: altíssimo poder do Kyogre, Fake Outs de Raichu e Hitmontop colaboravam para a coisa mais assustadora do time de Wolf: O Rayquaza com Swords Dance. Wolfe utilizou muito bem a ameaça causada por um Fake Out bem encaixado e a forma de se defender disso. Como esse gole só pode ser utilizado no primeiro turno de ataque do Pokémon, a forma mais fácil de escapar desse golpe é com Protect, logo, abdicando de atacar. Aqui Wolfe sempre acertou, usou o Fake Out no Pokémon correto e então, usava o Swords Dance com o Rayquaza e aí, os jogos começavam. Lidar com um Rayquaza com Extreme Speed após um Swords Dance se torna das mais ingratas das tarefas e foi isso que pudemos ver na final, Swords Dances bem encaixados que tiraram gritos da torcida.

Em termos de jogo essa é a análise e as chaves para a vitória do Wolf, que chegou a o titulo de campeão mundial mostrando um jogo impressionante. Mesmo o Se Jun, aclamado campeão de 2014 que usava um Pachirisu não nos deu uma final de tanta qualidade quanto a do ultimo fim de semana, o domínio dele sobre o adversário na final foi muito grande, ele praticamente decidiu a partida do título no primeiro turno, já Wolfe duelou de forma muito estratégica contra Jonathan Evans, que também jogava bem e tinha um time muito bem estruturado, mas o campeão mostrou muitos méritos na vitória, exibindo um jogo de altíssima qualidade.

E foi isso, aproveitem o vídeo da final e usem de inspiração, quem sabe você não seja, em um futuro próximo o primeiro campeão mundial brasileiro?