quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Análise: Mundial de 2016

Olá pessoal, tudo bem? Faz tempo que não escrevo aqui, porém achei que seria muito legal comentar sobre o mundial de 2016, daí pensei que isso geraria um arquivo enorme para se ler e preferi comentar sobre a final, apenas.

Muitos já devem ter visto o resultado e eu devo dizer que eu gostei demais do jogo final. Eu realmente tenho que tirar o chapéu para o Wolfe. Em muitas situações anteriores, a impressão que ficava ao ver esse jogos importantes era de que o vice campeão errava muito na final, dando brecha para que o vencedor atingisse o resultado nos erros dele. Dessa vez eu não enxerguei dessa forma, mas sim, vi uma estratégia sólida e bem corajosa.

Antes de seguirmos, é legal eu comentar, a principio o que ele usava, mais para frente, nesse post eu explicaria como ele usava:

Kyogre;
Hitmontop;
Gengar;
Raichu;
Bronzong;
Rayquaza.

Durante os regionais e até mesmo jogando no modo de batalhas aleatórias, ou ainda acompanhando os campeonatos Premier e regionais, o Groudon dominava os times. Não é pra menos, já sabemos o quão forte ele é, porém a evolução do formato, onde dois desses pokémons normalmente proibidos são liberados, nos ensinaram a lidar com o que era muito popular lá em janeiro de 2016, portanto nada de Smeargle+Talonflame, nada de Xerneas, esse coitado, já caiu drasticamente de popularidade. O que Wolfe pensou foi algo extremamente efetivo, pelo menos na final. Antes de mais nada, para quem ainda não viu, aqui está o video da final:

https://www.youtube.com/watch?v=pvSkLthZBa0

O trunfo do jogo do Wolfe era algo extremamente interessante e inovador, pelo que se via até então. Ele usava o item renegado Ejject Button no Hitmontop, para poder aproveitar ao máximo duas características desse bichinho: o acesso a Intimidate, o que entrava com a função de deixar o lider com o Groudon menos complicado e o Fake Out. Engenhoso, porém de funcionamento simples, ele entrava com intimidate, caso não fosse atingido por algum golpe ele poderia utilizar Fake Out no turno seguinte e então, ao ser atingido, o que normalmente acontecia, ele seria automaticamente trocado.

A troca do Hitmontop, forçada pelo item era extremamente bem vinda, pois Wolfe conseguia controlar o clima, a chave do modo VGC em 2016. Com Kyogre e Rayquaza no time, em certos momentos ele conseguia impedir que Groudon usasse seus golpes de fogo, voltando com Kyogre, ou ainda anulasse os efeitos, com Rayquaza, tudo de forma muito inteligente. A estratégia é bem efetivo, porém eu fiquei particularmente admirado com a capacidade de realizar as trocas no tempo exato, daí entrou outro dos bichinhos dele, o Raichu.

O Raichu de Wolf tinha a ability Lightning Rod e entrava sempre com duas funções, a primeira de proteger o Kyogre de Thunders ou Thunderbolts, o que além de anular o dano, fazia com que o Raichu ficasse mais forte. Completavam o uso do Raichu o Volt Switch, para permanecer com o bom controle de campo, Endeavor para surpreender algum Pokémon com um overall defensivo maior, o que torna o jeito de jogar com um Raichu machucado em campo mais delicado para o oponente, e o Fake Out.

Tudo isso descrito até agora é efetivo e a chave do trunfo dessa estratégia. Sobre o uso dos dois grandões do time, Kyogre não tem muito segredo. Abusando da chuva para poder desferir golpes aquáticos muito poderosos, Kyogre tinha a já citada função de ajudar no controle do clima e ao dominá-lo, assustar o oponente com seu poder destrutivo. Todos esses elementos: altíssimo poder do Kyogre, Fake Outs de Raichu e Hitmontop colaboravam para a coisa mais assustadora do time de Wolf: O Rayquaza com Swords Dance. Wolfe utilizou muito bem a ameaça causada por um Fake Out bem encaixado e a forma de se defender disso. Como esse gole só pode ser utilizado no primeiro turno de ataque do Pokémon, a forma mais fácil de escapar desse golpe é com Protect, logo, abdicando de atacar. Aqui Wolfe sempre acertou, usou o Fake Out no Pokémon correto e então, usava o Swords Dance com o Rayquaza e aí, os jogos começavam. Lidar com um Rayquaza com Extreme Speed após um Swords Dance se torna das mais ingratas das tarefas e foi isso que pudemos ver na final, Swords Dances bem encaixados que tiraram gritos da torcida.

Em termos de jogo essa é a análise e as chaves para a vitória do Wolf, que chegou a o titulo de campeão mundial mostrando um jogo impressionante. Mesmo o Se Jun, aclamado campeão de 2014 que usava um Pachirisu não nos deu uma final de tanta qualidade quanto a do ultimo fim de semana, o domínio dele sobre o adversário na final foi muito grande, ele praticamente decidiu a partida do título no primeiro turno, já Wolfe duelou de forma muito estratégica contra Jonathan Evans, que também jogava bem e tinha um time muito bem estruturado, mas o campeão mostrou muitos méritos na vitória, exibindo um jogo de altíssima qualidade.

E foi isso, aproveitem o vídeo da final e usem de inspiração, quem sabe você não seja, em um futuro próximo o primeiro campeão mundial brasileiro?

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